Lest We Forget (Não Esqueçamos)

Um pouco por todo Reino Unido existem memorais da Segunda Grande Guerra mas os meus preferidos são a Capela de Sta. Catarina aqui em Exeter e A Igreja do Rei Carlos I em Plymouth. Desde que nos mudamos para Exeter que eu tenho um completo fascínio e respeito pela Capela de Sta Catarina. E quando fomos a Plymouth e passamos pela rotunda da Igreja de Carlos I senti o mesmo.

Sobre esta Igreja deixou-vos com um excerto de um artigo do Jornal de Plymouth:

Certa manhã de domingo, antes que o trânsito aumentasse, enfrentei a travessia da estrada pela grande rotatória do Drake Circus e me aventurei no círculo gramado que abriga as ruínas da Igreja Charles. Sempre que há destaque para lembrar a guerra, como no domingo de memória em novembro, sempre sinto que esta velha ruína de igreja, bombardeada durante a Blitz na Segunda Guerra Mundial, merece uma papoula, um enfeite, alguma cor ou luz lançada sobre ela ou algo para marcar seu significado.

Estar dentro das ruínas da igreja em uma rotatória tão movimentada do centro da cidade é uma experiência estranha, não há sensação de calma enquanto o trânsito gira ao redor da estrutura, no entanto, tive uma sensação de como o local de culto espiritual teria sido em sua totalidade. glória, antes da destruição. A área circundante, por onde agora passam os veículos, teria sido outrora o cemitério da antiga igreja.

A igreja Charles Cross é uma das igrejas paroquiais mais antigas de Plymouth, uma placa dentro das ruínas detalha um pouco da história do edifício: “Construída em 1641, consagrada (declarada sagrada) em 1665, concluída em 1708”. A igreja foi arruinada pela ação inimiga durante a blitz de 1941, naquele triste dia de destruição exatamente 300 anos depois de ter sido concluída em 1641. Somente em 1957 Charles Cross foi parcialmente restaurado no memorial que conhecemos hoje, ‘aos cidadãos de Plymouth que foram mortos em ataques aéreos à cidade na guerra de 1939-1945’. 1.178 cidadãos de Plymouth foram mortos ou desapareceram durante a Segunda Guerra Mundial. O trabalho original na igreja, em 1600, foi interrompido devido à Guerra Civil Inglesa durante 1642-1651.

Dentro das ruínas da igreja há outra placa, em homenagem ao homem da Cornualha, Robert Stephen Hawker, 1804 – 1875, que parece ter nascido na igreja há centenas de anos. que diz: “O excêntrico pároco poeta de Morwenstow nasceu aqui. Originador do serviço do festival da colheita e autor dos versos da famosa canção da Cornualha – ‘E se Trelawney morrer, há 20.000 Cornishmen saberão o motivo’. Um de seus livros publicados, Ecclesia: A Volume of Poems, ainda está em publicação.

Com muita pena minha só tenho uma foto da Igreja do Rei Carlos I tirada do carro:

Deixo-vos com as minhas fotografias da Capela de Sta. Catarina:

Devemos lembrar o passado para que este nao se repita. Concordam?

Viagem ao Passado

E na nossa ultima semana de ferias embarcamos numa aventura através da Historia de Londres no The Post Museum, que é o Museu dos Correios, o Royalmail. O Louis ficou muito feliz e encantado, principalmente com a viagem no mini comboio que atravessou os túneis do Museu. 🙂 Foi mesmo incrível 🙂

O Museu fica na bonita zona de Farringdon, no centro de Londres. Apenas tivemos de apanhar dois comboios da nova linha Elizabeth Line, o primeiro ate Paddington, onde almoçamos e depois o segundo em direção a Abbey Wood.

Foi um regresso ao passado fascinante para quem como eu cresceu nos anos 80 e adora escrever cartas 🙂 Não havia internet… éramos felizes com pouco e era tudo muito mais simples 🙂 A internet também veio para simplificar as nossas vidas, hoje podemos trabalhar sem sair de casa e estou mesmo muito grata por isso 🙂 Mas também continuo a agradecer por ter tido uma infância com coisas tao simples.

O Louis adorou e ficou fascinado com a viagem de mini-comboio através dos túneis subterrâneos de Londres como podem ver nos videos e fotografias que mostro aqui em baixo 🙂

Preparados para a aventura? 😀

Como podem ver ao longo da viagem podemos assistir a videos nas paredes dos túneis sobre a Historia dos Correios do Reino Unido, o RoyalMail.

Sabiam quem uma menina escreveu uma carta a uma certa princesa chamada Isabel, que viria a ser a Rainha que todos conhecemos, a contar-lhe que ambas faziam anos no mesmo dia? 🙂

De seguida o Louis quis ir ao seu sitio preferido em Londres, que acabou de ser remodelado. Conseguem adivinhar qual é? Fiquem atentos aos próximos posts 😉

Gostaram desta viagem cheia de Historia? 🙂

Sabiam que…

… os relógios aqui da ilha em numeração romana estão errados? Reparei, nestas ferias durante os nosso passeios 🙂 Seja em estações de metro ou em museus, o numero 4 em numeração romana não é como nos aprendemos, ou seja IV mas sim, IIII… tudo porque o Rei Charles V era supersticioso e dizia que IV invertido podia dar azar… enfim, manias.

O mais incrivel é que so detectei agora, após 10 anos a viver aqui em Inglaterra. Sou mesmo despassarada 😀 Ah e após nova pesquisa constatei outra justificação:

Quando a forma IV passou a ser utilizada pelos romanos, por coincidência o número possuía uma grafia similar ao nome do deus Júpiter, escrito pelos antigos como IVPITER. Especialistas afirmam que os romanos, então, preferiram usar o símbolo IIII no relógio de forma que não desrespeitassem o deus Júpiter.

Ah e acabei por descobrir que em Portugal temem existem relógios com o numero 4 em numeração romana desta forma IIII como é o caso da Igreja Matriz de Ponta Delgada, em São Miguel nos Açores… estivemos la ha 4 anos e eu não reparei 😀

Ah descobri uma excepção, durante as ferias do ano passado quando fomos ao Lappa Valley 😀

Proponho-vos um desafio: se virem relógios com este pormenor em Portugal noutro sitio qualquer da Europa, tirem fotos e mostrem-me nas vossas redes sociais, estejam à vontade para me tagar 😉

Tinham conhecimento desta curiosidade? 🙂

Berlim – A Arte da Fuga

Noutro dia ao fazer zapping parei na RTP2 para ver um documentário que me chamou a atenção e me despertou memórias da Historia. Berlim, a Arte da Fuga. Eu estive na Alemanha, 5 anos após a queda do Muro, como ja contei por aqui. E senti bem a tristeza das pessoas quando falavam sobre este assunto. Muitos tinham vergonha.

Conseguem imaginar o que os alemães passaram depois da Segunda Grande Guerra? Principalmente os da parte leste que ficou entregue aos Russos? Famílias inteiras separadas separadas por um muro, por um sistema. Eu estive na Alemanha do leste 5 anos após a queda do muro. As pessoas com quem convivi tinham vergonha de falar sobre os tempos da guerra e do pôs-guerra.

Este documentario que vi na RTP2 reavivou-me a memoria. Faz lembrar que também os portugueses tinham de aprender a arte da Fuga para fugir à tortura da Ditadura. Mas o que se passou na Alemanha durou ate ao fim dos anos 80.

Tempo de lembrar…

Novembro é mês da Consciencialização para a Historia Negra e como tal o Louis fez um trabalho para a escola sobre tema. A personalidade escolhida foi Mo Farah, o celebre corredor britânico, vencedor de 4 medalhas de Ouro nos Jogos Olímpicos.

Um robô foi nomeado "Mobot" em uma exposição de pesquisa da universidade, em homenagem à celebração de Farah. Farah desde então usou a pose como parte de uma instituição de caridade para arrecadar fundos para sua fundação.

Cá em casa divertimo-nos muito a pesquisar sobre o desportista durante a semana que esteve ferias. 🙂

Como podem ver pelas fotografias e video o Louis adorou o Mobot 🙂

Espero que tenham gostado da nossa homenagem a uma causa tão especial como esta 🙂

Ferias em Leituras…

Hoje trago-vos os livros que quero ou, melhor, espero ler nestas ferias. Dois deles são sugestões da Andreia do blog As Gavetas da Minha casa Encantada por me ter recomendado dois destes livros. 🙂 Ela sabe quais são 🙂

When Hitler Stole Pink Rabbit – Judith Kerr

Parcialmente autobiográfico, este é o primeiro da trilogia internacionalmente aclamada de Judith Kerr contando a inesquecível história de uma família judia que fugiu da Alemanha no início da Segunda Guerra Mundial.

Suponha que seu país comece a mudar. Suponha que, sem você perceber, tornou-se perigoso para algumas pessoas viver mais na Alemanha. Suponha que você tenha descoberto, para sua completa surpresa, que seu próprio pai era uma dessas pessoas.

Foi o que aconteceu com Anna em 1933. Ela tinha nove anos quando tudo começou, ocupada demais com os trabalhos escolares e com os gansos para dar atenção aos cartazes políticos, mas deles brilhava o rosto de Adolf Hitler, o homem que logo mudaria toda a Europa – começando com sua pequena vida.

Anna de repente descobriu que as coisas estavam indo rápido demais para ela entender. Um dia, seu pai estava inexplicavelmente desaparecido. Então ela mesma e seu irmão Max foram levados às pressas por sua mãe, em um segredo alarmante, para longe de tudo que eles sabiam – casa e colegas de escola e brinquedos amados – direto da Alemanha …

I Know What You’ve Done – Dorothy Koomson

E se todos os segredos de seus vizinhos caíssem em um diário na sua porta?

E se a mulher que o deu a você foi assassinada por uma das pessoas do diário?

E se a polícia perguntasse se você sabia de alguma coisa?

Você entregaria o livro dos segredos?

Ou … você tentaria descobrir o que todos fizeram?

Voices of Chernobyl – Svetlana Aleksiévitch – Depois de ver a serie e o filme sobre o acidente de 1986, quero muito ler o livro sobre o mesmo.

Em 26 de abril de 1986, o pior acidente com reator nuclear da história ocorreu em Chernobyl e contaminou até três quartos da Europa. Voices from Chernobyl é o primeiro livro a apresentar relatos pessoais da tragédia. A jornalista Svetlana Alexievich entrevistou centenas de pessoas afetadas pelo desastre – de cidadãos inocentes a bombeiros e aqueles que foram chamados para limpar o desastre – e suas histórias revelam o medo, a raiva e a incerteza com que ainda vivem. Composto por entrevistas em forma de monólogo, Voices from Chernobyl é um trabalho crucialmente importante de imensa força, inesquecível em seu poder emocional e honestidade.

Five Chimneys (Os Fornos de Hitler) – Olga Lengyel

Olga Lengyel conta, com franqueza e sem compromissos, uma das histórias mais terríveis de todos os tempos. Esta crônica verdadeira e documentada é o registo íntimo e diário de uma bela mulher que sobreviveu ao pesadelo de Auschwitz e Birchenau.

Tendo perdido seu marido, seus pais e seus dois filhos pequenos para os exterminadores nazistas, Olga Lengyel tinha pouco para viver durante sua internação de sete meses em Auschwitz. Apenas o trabalho de Lengyel na resistência subterrânea dos prisioneiros e a necessidade de contar essa história a mantiveram lutando pela sobrevivência. Ela sobreviveu por sua inteligência e força incrível.

Apesar de sua horripilante proximidade com o assunto, Five Chimneys não recua para a autopiedade ou o sensacionalismo. Quando publicado pela primeira vez (dois anos após o fim da 2ª Guerra Mundial), Albert Einstein ficou tão comovido com a história dela que escreveu uma carta pessoal a Lengyel, agradecendo por seu “livro muito franco e muito bem escrito”.

Este livro é um lembrete necessário de um dos capítulos mais feios da história da civilização humana. Foi uma experiência chocante. É um livro chocante.

Será que vou conseguir ler todos ou pelo menos algum deles? 😀

Neste momento só tenho livros em inglês mas no Natal espero ja ter os livros em português da minha wishlist, são eles:

*O Limpa-Palavras e Outros Poemas de Alvaro Magalhães

*O Filho da MãeHugo Gonçalves

*O Livro da TilaMatilde Rosa Araújo

*No Passado e No Futuro Estamos Todos Mortos – Miguel Esteves Cardoso

*Rosa Minha Irmã Rosa – Alice Vieira

Dois deles são para matar saudades dos tempos da escola primaria, conseguem descobrir quais são? 🙂

Espero que Pai Natal seja generoso comigo 😉

Morreu Otelo.

Otelo Saraiva de Carvalho. Um dos heróis de Abril. O mentor da Revolução. Toda a minha vida ouvi o meu pai chamar de traidor a Otelo. Mas eu não lhe chamaria isso. Otelo ficou inconformado com o rumo dos acontecimentos politicos depois da Revolução. Não era isso o que ele esperava da Revolução. Não foi a sede de poder que o levou a candidatar-se a presidente da republica em 1976, mas sim a sede de justiça. Talvez por isso anos mais tarde disse que se soubesse o que sabia não tinha feito a Revolução. E eu concordo com ele 🙁 Nao concordo com os actos terroristas das FP25 mas as vezes quando estamos desesperados nao pensamos nas consequências dos nossos actos. Se Otelo deveria ter feito o mesmo que Salgueiro Maia, devia, mas eram pessoas completamente diferentes. E talvez por isso Maia foi o meu capitão de Abril preferido. Porque era um homem de paz e não gostava de aparecer nem de confusões. Se o 25 de Abril foi uma revolução pacífica foi graças a ele. O mundo precisa de mais pessoas assim.

Imagem retirada do Google

E hoje, ao ver o presidente de um partido português dizer estas asneiras publicamente, fico inclinada a dar razão a Otelo, apesar de estar do lado de Maia, e de lhes agradecer por terem devolvido a Liberdade ao país ao fim de quase meio século de Ditadura

As pessoas abusam da Liberdade e não lhe dão o seu devido valor… E isso é lamentável 🙁

Da minha parte vou fazer por continuar a honrar a Liberdade que os Capitães de Abril restituíram a Portugal, tal como a minha mãe me ensinou.

Vento Norte

A história dos Mello, uma família aristocrata do Minho, no início do século 20. Em paralelo, a vida dos seus criados. Tudo se passa nos anos após a Primeira Guerra Mundial, entre 1918 e 1926. Uma história de costumes onde os segredos e as tramas políticas se misturam com amores impossíveis e paixões arrebatadoras.

Mais uma serie com a chancela da RTP que nos ensina que devemos repetir os erros do passado. Se a Historia existe é para nos mostrar isso. Por esta razão é que é tao importante estudarmos. Para estarmos devidamente informados.

Vento Norte fala-nos também sobre uma Pandemia, a Gripe Espanhola. É incrível como os tempos se repetem, não concordam?…

Estávamos no bom caminho. As mulheres começavam a ir para a faculdade e a ter uma parte activa na sociedade. Ate que apareceu um certo professor da Universidade de Coimbra com falsos valores e com uma enorme sede de Poder… 🙁

Vento Norte conta com fantásticos actores como Joana de Verona, Sisley Dias, Natalia Luiza, Almeno Goncalves, Ana Zanatti entre outros.

Está disponível na RTP Play.

O Magico de Auschwitz e O Manuscrito de Birkenau

Vivemos numa era em que as pessoas não sabem interpretar o que os outros dizem. Polemicas à parte eu tinha de ler estes livros e tirar as minhas conclusões. E mais uma vez não me arrependi de o ter feito.

Li o primeiro no Kindle, ja não vivo sem ele e por incrível que pareça leio mais rápido nele… a culpa é da pdi. O segundo li no formato papel, presente de Natal dos meus manos. Sabem aquelas leituras que nao conseguimos parar? Já há muito tempo que não tinha essa sensação. Arrepiei-me, chorei, fiquei revoltada… Quase que me revi em Auschwitz-Birkenau. A família de Herbert Levin, o magico Nivelli era composta por 3 pessoas, o casal e o seu filho pequeno, tal como a minha… personagens verdadeiras destes livros. Jose Rodrigues dos Santos baseou-se no diário de Levin, escrito por ele mesmo durante a sua estadia no campo de concentração, para escrever estes dois livros. Levin viu a sua família morrer em Auschwitz, numa das câmaras de gás, tendo conseguido escapar do campo de concentração Birkenau algum tempo depois., tendo vindo a falecer no ano do meu nascimento, 1977.

Segundo o Sr. Levin, os judeus ja sabiam para o que iam quando eram enviados para Auschwitz, ao chegarem la tinham duas realidades, ou a morte nas câmaras de gás e de seguida os corpos eram levados, por outros judeus para os crematórios, ou eram encaminhados para os campos de trabalho onde viviam em condições desumanas… resignados à sua “sorte” à espera de também eles serem encaminhados para a morte certa. 🙁 Eu não quero imaginar tamanho sofrimento e isto só me faz ter nojo e repudio dos nazis. Como é que alguém pode maltratar assim outros seres humanos? Ninguém é mais ou menos do que ninguém. Na minha ideia estamos todos aos mesmo nível e devemos viver todos da mesma maneira. Na minha cabeça não ha espaço para raças superiores.

Pensei muito em Anne Frank. O que teria acontecido se ela nao tivesse escondido o seu diário e o tivesse levado consigo para Auschwitz? Os nazis ficavam com todos os pertencentes dos judeus aquando da sua chegada aos campos de concentração. Jamais teríamos conhecido a historia de Anne… foi o pai de Anne, o único sobrevivente da família que publicou o Diario da filha.

Precisamos de mais livros sobre o Holocausto, sobre Auschwitz. Para calar aqueles que dizem que estes acontecimentos nunca existiram… 🙁

Sabem o que mais me deixa frustrada? Saber que existem pessoas capazes de deturpar as situações e se compararem aos judeus do Holocaustos como os anti-confinamento e anti-vacinas. Como é possível serem tão imbecis para fazerem semelhante comparação? Que falta de noção e bom senso… 🙁

Deixo-vos com o filme animado sobre a Vida de Anne Frank.

Jamais deixem esquecer a Historia!

25 de Abril Sempre!

47 anos de Liberdade. Estamos quase a atingir meio século desta data histórica. Desta data que tanto nos trouxe. Desta data que tirou o país das trevas. 47 anos. Quase tantos quantos aqueles em que o pais viveu na Ditadura. Temos tanto a agradecer aos homens que lutaram pela Liberdade.

O que é aprendemos com o 25 de Abril? Eu, mesmo não tendo vivido no tempo do Salazar, aprendi a dar valor à minha liberdade. Graças à minha mãe. Cresci entre um pai salazarista 🙁 e uma mãe que defendia o 25 de Abril. Ela tinha este livro guardado na sua mesinha de cabeceira. Foi graças a ele que antes dos 10 anos aprendi o que foi este acontecimento tão importante para o nosso país. Infelizmente o meu pai, apesar de ser um bom homem, tinha umas ideias muito mal concebidas em relação ao 25 de Abril. Estava sempre a dizer que devia haver um Salazar em cada esquina e no tempo da velha senhora é que era bom. Entravamos bastante em choque porque essa conversa repugnava-me, principalmente quando ele dizia que o que eu andava a aprender na escola era mentira… 🙁 Valia-me o bom senso da minha mãe, que tinha sempre um bom argumento para o contradizer, e eu acreditava nela. Porque ela viveu a realidade de ditadura. ela tinha 22 anos quando a Revolução dos Cravos aconteceu e foi um alivio muito grande para ela.

Lembro-me como se fosse hoje de no 11o ano ter feito um trabalho sobre o 25 de Abril que me deu muita satisfação fazer, fiz questão de colocar a fotografia de Salgueiro Maia na capa, com ele não só aprendi muito como senti um orgulho imenso nos nossos heróis da Liberdade, os nossos Capitães de Abril. Sim, Salgueiro Maia é um dos heróis da minha vida.

Por ultimo, quero vos fazer um pedido como emigrante: não deixem a Liberdade morrer em Portugal! Por favor! Eu digo isto porque vejo tantas pessoas a dizerem disparates nas redes sociais que chego a ficar frustrada com tanta estupidez junta… 🙁

Apesar de longe, estamos juntos! Da minha parte vou continuar a lutar para que o nosso país não perca a Liberdade que custou tanto a ser restituída! 25 de Abril Sempre!