No inicio do mês recebi um email muito especial que me deixou mais aliviada. 🙂 O Home Office, a entidade que regula o acesso e entrada de pessoas aqui no UK, aceitou o meu pedido de settled status para permanecer no país. Com isto tenho livre arbítrio para viver e trabalhar no país podendo entrar e sair dele quando quiser. Este estatuto foi uma das consequências do Brexit para os cidadãos da UE.
Neste livro podem encontrar registos de pessoas que vindas, maioritariamente do Brasil que tentaram entrar aqui no UK, chegando ao aeroporto de Heathrow com títulos de turismo mas com intenções de trabalharem e fazerem vida cá. O mais incrível é que à medida que lia o o livro não fiquei nada admirada com os casos nele contados…
Sempre gostei muito de fazer as coisas os mais certinhas e correctas possíveis. Alias os meus pais ensinaram-me a ser assim, e jamais conseguiria viver num país de forma ilegal. Alias detesto andar com documentos caducados. Sinto que estou a cometer alguma ilegalidade… vocês também são assim?
Um livro necessário para emigrantes escrito por Patricia Pepper, luso brasileira, ex funcionaria do Home Office, que estejam aqui no Reino Unido e também para turistas que queiram visitar este país.
Para hoje aquele que considero o “meu livro” pois traz-me muitas memórias da minha infância. Na escola primaria ficava de coração cheio quando via nos livros escolares textos desta escritora, Matilde Rosa Araujo. Corava muito quando os marotos dos meus colegas diziam, por entre risos que eu era a Matilde daqueles textos, hoje sinto orgulho nisso pois digo que O Livro da Tila é o meu livro preferido da minha infância. 🙂
Foi com este livro que aprendi a gostar de rimas e poesia.
Deixo-vos com o meu poema preferido do livro:
CAVALINHO, CAVALINHO
Cavalinho, cavalinho
Que baloiça e nunca tomba:
Ao montar meu cavalinho
Voo mais do que uma pomba!
Cavalinho cavalinho
De madeira mal pintada:
Ao montar meu cavalinho
As nuvens são a minha estrada!
Cavalinho, cavalinho,
Que o meu pai me ofereceu:
Ao montar meu cavalinhoToco as estrelas do céu!
Cavalinho cavalinho,
Já chegam meus pés ao chão:
Ao montar meu cavalinho
Que triste o meu coração!…
Cavalinho, cavalinho,
Passou tempo sem medida:
Tu continuaste baixinho
E eu tornei-me tao crescida.
Cavalinho, cavalinho
Porque não cresces comigo?
Que tristeza, cavalinho,
Que saudades, meu Amigo!
Conheciam este livro? Qual é o livro preferido da vossa infância? 🙂
Sabem o que mais me atraiu neste livro/filme? A sua historia começa aqui, no sitio onde vivemos, no belo condado de Devon, a sudoeste de Inglaterra.
Fiquei rendida à escrita de Rachel Joyce, pois gostei muito da forma natural como descreve os acontecimentos e ambientes. Tocou-me bastante. Tanto que ja comecei a ler o ultimo livro dela: Maureen e o Anjo do Norte. Que como devem estar a pensar é no seguimento da historia do primeiro livro que deu origem ao fim da caminhada de Harold Fry. Só tenho a agradecer-lhe pois voltei à rotina das minhas leituras. Um capitulo de cada vez e la vou conseguindo, é a minha tactica 🙂
E por falar em caminhadas, eu revi tanto na personagem principal do Harold porque caminhar é das coisas que eu mais gosto de fazer. Ainda por cima com um propósito tao bonito. Salvar alguém. Pode ate nem acontecer mas o simples acto de tentar às vezes é o suficiente. Porque se não fizeres, nunca vais saber se deu certo…
Eu encaro o acto impulsivo do Harold como um escape. No bom sentido, como boa pessoa que ele é. Harold é uma pessoa tímida tal como eu. Por isso me identifiquei tanto com esta personagem.
Ele recebe uma carta de uma amiga a dizer que está doente, como um cancro terminal, e através de um conselho de uma miúda que trabalha num supermercado, ele decide ruma, desde a sua terra no sul de Inglaterra, ate ao norte de Inglaterra, fronteira com a Escócia, a pé com os seus sapatos de vela… Quem nunca? 🙂 E a partir daí a aventura continua. devo lembrar que Harold é um homem de idade nos 60, acabado de se reformar sem preparação física nenhuma pois apenas estava habituado a andar de carro como a maioria da população inglesa… E a medida que Harold vai caminhando na sua jornada, as memórias e sentimentos vai aparecendo e vai conhecendo pessoas novas com historias diferentes para partilhar com ele.
O filme conta também com nomes conhecidos como Penelope Wilton (After Life) no papel de Maureen Fry, Jim Broadbert (conhecido professor em Harry Potter) como Harold Fry e Linda Basset (Call the Midwife) no papel de Quennie Henessie.
A Improvável Jornada de Harold Fry também não é uma história verdadeira (apesar de ter tudo para o ser) sobre um homem idoso que recebe uma carta de uma velha amiga, Queenie, que desempenhou um papel importante em sua vida, dizendo que está a morrer num hospício em Berwick-upon-Tweed, no norte de Inglaterra, fronteira com a Escócia… a cerca de 600 milhas, mais ou menos 900 kms da sua residência no sul de Inglaterra.
Eu podia ficar aqui o dia todo a falar sobre esta historia mas vou deixar-vos à mercê da vossa curiosidade 😉
E vocês, seriam capazes de percorrer Portugal de lés a lés a pé? 🙂
Quando falo em movimento é de comboio, autocarro ou carro. Foi graças a ter de andar de transportes públicos que fiz mais maratonas de leituras. 🙂 Ai de mim se não o fizesse, as minhas viagens para o trabalho seriam um tédio. Enquanto ia embrenhadas nas historias dos meus livros o tempo voava… 🙂 Conhecem a sensação? Às vezes sentia-me um alien no meio de toda a gente. Mas sabem que mais, eu tinha a melhor a companhia do mundo 🙂 📖 Li tanto e quem bem que me sabia 🙂
E sabem que mais, às vezes sinto que nasci no país errado… não me levem a mal, eu amo o nosso país mas cada vez sinto-me mais inglesa pois tal como eu os ingleses adoram ler nos transportes públicos, alias eles adoram ler em qualquer lugar 🙂
Mas o meu meio de transporte preferido para ler é mesmo o comboio. Há algo de magico no movimento do comboio que nos embala nas suas leituras.
Como forma de celebrar este dia, decidi juntar-me à Andreia Morais que me inspirou a fazer este post. E para esse efeito venho mostrar-vos os autores portugueses que habitam nesta casa de emigrantes cá no Reino 🙂 Ah pois, podemos estar longe mas não esquecemos os nossos 🙂
Como podem ver o vencedor é Valter Hugo Mãe, seguido por Nuno Markl e Jose Luis Peixoto 🙂 Mas quero aumentar a nossa coleção e juntar um dos autores portugueses que mais gosto: Miguel Esteves Cardoso. Aproveito para deixar um pedido de que se souberem de livros em segunda mão de autor para envio para cá para o Reino Unido, digam-me, por favor.
Ja devem ter reparado que tanto leio livros físicos como em formato ebook pois ai de mim se fosse este ultimo, pois só desta forma consigo ter um acesso mais alargado a livros portugueses 🙂
Aproveito para destacar desta lista três livros de autoras pouco conhecidas e que quero recomendar: A Cadeira Voadora de Joana Pereira da Silva, Krismas, A Aldeia Luminosa do Natal de Sandra Monteiro e A Descoberta de si mesma de Guida Guardado.
Têm por habito ler livros de autores portugueses? Qual é o vosso preferido?
Feliz Dia do Autor Português 📖
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Este texto deve-se a uma alteração a lei da parte da União Europeia